sábado, 30 de janeiro de 2010

Ela era mais uma daquelas, que se olha e logo pensa: "Essa deve ser mal amada", ou de um jeito menos educado: "essa é mal comida, muuuuito mal comida". E que na verdade não era nada disso, ou então era, afinal ela não encontrava mais ninguém com quem pudesse fazer uma ceninha de lesada apaixonada. Nos últimos tempos ela só podia é reclamar de como suas amiga pareciam retardadas quando estavam com seus namorados, mas no fundo, aquilo era tudo o que ela precisava, era tudo o que ela queria. Parecer uma menina de 15 anos, era tudo o que ela desejava. Desde o último, ela percorreu pela solidão, e por muito tempo, até que se recuperou o suficiente pra pelo menos querer mais um denovo, querer o amor. Ela fazia de tudo para não dizer ''eu sou solteira'', esforçava-se demais para dizer que ela estava, que era passageiro, e logo encontraria alguém. e como sempre, desde que era uma menina, ela fantasiava pensando que esse seria o último, pois não precisaria mais procurar ninguém.
E nesses dias, que nem suas melhores amigas, e nem suas melhores lembranças do passado a salvavam, ela ia até uma livraria pra que pudesse esquecer sua história, lendo uma outra, que pelo menos sempre tinha um final feliz ( e sim, ela só lia livros com histórias que tinha certeza que teria um final feliz). Enfim, e lá ela estava, lendo mais algum romance, talvez da Ana Maria Machado, ou até Sidney Sheldon, que fez o melhor livro que ela já leu em toda sua vida. e lá estava ela, as voltas com mais um conflito desses romances que ela costumava ler, e que sempre a levava as lágrimas, como agora. E ela sempre levantava a cabeça pra ver se tinha alguém a observando, e pra sua surpresa, tinha. Um rosto conhecido, buscou na memória aquele rosto, e se lembrou, era seu primeiro namorado, ou melhor, primeiro amor.
Ele disse que estava olhando pra ela a um tempo, estava esperando ela se tocar, queria ver se ela o reconheceria. E ela pensou " te reconheceria sempre, a qualquer hora e em qualquer lugar". Mas ela não disse isso a ele, pelo contrário, ela não conseguiu mostrar o quão madura ela estava, ela fez a tal ceninha de que sempre reclamava, ele riu dela, como nos velhos tempos, e ela reparou que o sorriso dele continuava o mesmo, feio como sempre..rs
Ele disse que estava procurando por ela, e que finalmente estava morando perto, como sempre havia prometido. E que agora, ele queria le propor uma coisa, e que dessa vez queria que ela aceitasse: Que fossem a Ipanema, juntos. Ela disse que não. Ele ficou surpreso com a resposta. E então ela sorriu e disse: "Arpoador. como tinhamos combinado, lembra?" Ele então abriu seu sorriso, que não era bonito, mas que valia pelo de todos os surfistas morenássos do posto 9. E se foram, pra mais um pôr-do-sol maravilhoso, daquele que só se vê de lá.

Essa acaba aqui, e esse é o final feliz, porque livros, textos sempre acabam e a gente fica na vontade do depois.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Cada louco com a sua mania.

-Bom, e oque você tem feito da vida desde então?
- Desde então? desde o que? não te entendi...
- Você e sua mania de só entender o que te convém. sabe muito bem do que eu estou falando.
- Não, eu juro que não tinha entendido. Mas sei lá, acho que nada demais, nada que vá te acrescentar se eu dividir, afinal, os velhos tempos são os mais preciosos, e pra mim, a melhor lembrança.
- Mais uma das suas manias, as vezes eu te acho estranha demais, nem parece ser eu mesma.
- Mas você não é. Na verdade você é só uma voz que vive dentro da minha cabeça, que sempre me fala as coisas certas, mas eu nem gosto muito de te ouvir, como você bem sabe... acho que encontrei mais uma característica minha: impulsiva.
-Disso eu já sabia, mas você sempre diz que se conhece demais, achei irrelevante te contar isso.
-é.. mas vamos voltar ao foco do diálogo.
- Não mesmo, ninguém mais aguenta ouvir você falando disso, nem mesmo eu. então nada de voltar ao foco de diálogo nenhum, acho melhor pararmos por aqui mesmo.
-Tá, tudo bem, eu não queria dizer mais nada mesmo, nem mesmo oque dizer eu tenho.
só que, que, que ... eu cansei. é isso, cansei.
-É, e eu sou o bozo, Mariana.
- E nós somos, eu também sou palhaça desse circo chamado vida.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

"Eu nunca aceitei a simplicidade do sentimento. Eu sempre quis entender de onde vinha tanta loucura, tanta emoção. Eu nunca respeitei sua banalidade, nunca entendi como pude ser tão escrava de uma vida que não me dizia nada, não me aquietava em nada, não me preenchia, não me planejava, não me findava.
Nós éramos sem começo, sem meio, sem fim, sem solução, sem motivo.
Não sinto saudades do seu amor, ele nunca existiu, nem sei que cara ele teria, nem sei que cheiro ele teria. Não existiu morte para o que nunca nasceu..
Sinto falta da perdição involuntária que era congelar na sua presença tão insignificante. Era a vida se mostrando mais poderosa do que eu e minhas listas de certo e errado. Era a natureza me provando ser mais óbvia do que todas as minhas crenças. Eu não mandava no que sentia por você, eu não aceitava, não queria e, ainda assim, era inundada diariamente por uma vida trezentas vezes maior que a minha. Eu te amava por causa da vida e não por minha causa. E isso era lindo. Você era lindo.
Simplesmente isso. Você, a pessoa que eu ainda vejo passando no corredor e me levando embora, responsável por todas as minhas manhãs sem esperança, noites sem aconchego, tardes sem beleza[...]"
Tati Bernardi

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Nós sem você.

Deve ser a décima vez que eu tento vir aqui, talvez de uma vez por todas você tem quebrado meu coração, talvez dessa vez ele se conserte, e tomara que não seja com nenhum pouquinho da sua cola, tomara que ele não crie memória. Não te quero mais, aliás, não quero mais te querer. Não quero que doa, não quero me machucar, não posso mais. É como dizem, a verdade sempre dói, e ela no meu caso é tanto, que eu nem ouso em dizer a verdade, eu nem ouso pensar nela. Queima o estômago, falta o ar e aperta o coração essa tal de verdade.
Todo mundo diz que é melhor uma verdade doída, a qualquer tipo de mentira, e eu sou umas dessas que diz isso, mas na prática é bem pior. E afinal, a verdade, a minha verdade é essa: Não podemos mais, não dá mais e acaba aqui. pelo menos da boca pra fora tem que ser verdade.